quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Marcos malabares

Mais um nome trocado na agenda do celular de Marcos. Daniela virou Jão. João não, Jão é mais real, sugere intimidade. Decisão repetitiva, facilmente comprovada por Zé, Dema, Gui, Gordo, Carlinhos e Neto. “Amigos” que servem de escudo para esconder seu estilo de vida. Praticamente uma profissão, tamanha concentração e empenho que demanda.
Um analista poderia alegar que se espelha no pai e procura afirmação enquanto transborda insegurança. No escopo de seu árduo trabalho, Marcos não permite ser esquecido, pelo bem ou pelo mal. Causa fúria ou conforto, asco ou paixão. Mas é lembrado.
Sim, atrai muitas mulheres diferentes. Burras, boas, bravas, tímidas, taradas e tentadas. Brinco sem seu par na mesa, elástico de cabelo na torneira do chuveiro, celular no modo silencioso. O que surpreende não é a diversidade (e quantidade) que afeta apesar do jeito rude e português falho, mas sim a habilidade de malabarista que desenvolveu, ao longo dos anos, para conseguir manter Gina nesse cenário.

Já se esgotaram as surpresas românticas como pedido de desculpas, as justificativas não são capazes de enganar uma formiga. Mas Gina ainda está lá. Convence-se de que o brinco é seu, que precisava mesmo de um elástico e que o celular só vibra para não atrapalhá-los.

Um analista poderia alegar que se espelha na mãe e procura afirmação enquanto transborda insegurança. Um fã de novela mexicana poderia chamar de amor incondicional. Gina atualmente lê "Cinquenta Tons de Cinza" e torce para que Stephenie Meyer não pare em "Amanhecer".

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